Celtas

Celtas

 

Os celtas integram uma das mais ricas civilizações do mundo antigo. As origens desta civilização remontam ao processo de desenvolvimento da Idade do Ferro, quando estes teriam sido os responsáveis pela introdução do manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu. De fato, o reconhecimento do povo celta pode se definir tanto pela partilha de uma cultura material específica, quanto pelo uso da língua céltica.

Não compondo uma civilização coesa, os celtas se subdividiram em diferentes povos entre os quais podemos destacar os belgas, gauleses, bretões, escotos, batavos, eburões, gálatas, caledônios e trinovantes. Durante o desenvolvimento do Império Romano, vários desses povos foram responsáveis pela nomeação de algumas províncias que compunham os gigantescos domínios romanos.

Do ponto de vista econômico, podemos observar que os celtas estabeleceram contato comercial com diferentes civilizações da Antiguidade. Por volta do século VI a.C., a relação com povos estrangeiros pode ser comprovada pela existência de elementos materiais de origem etrusca e chinesa em regiões tipicamente dominadas pelas populações célticas.

Por volta do século V a.C., os celtas passaram a ocupar outras regiões que extrapolavam os limites dos rios Ródano, Danúbio e Sanoa. A presença de alguns armamentos e carros de guerra atesta o processo de conquista de terras localizadas ao sul da Europa. Após se estenderem em outras regiões europeias, os celtas foram paulatinamente combatidos pelas crescentes forças do Exército Romano.

A sociedade céltica era costumeiramente organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis, mas preservavam a propriedade das cabeças de gado. A hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande prestígio e influência.

A religiosidade dos celtas era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos cristãos. Atualmente, a Irlanda é o país onde se encontram vários vestígios da cultura céltica.

 

 

Ancestrais Celtas

Ainda na Idade do Bronze, um conjunto de culturas da Europa Central possuía certos costumes semelhantes, características da região Reno-Danúbio. Essas culturas se estabeleceram na região chamada "Campo das Urnas", em referência às tradições funerárias. 

Os celtas

Esses povos, por volta dos anos 1200 a.C. - 1000 a.C., começaram um processo de individualização: Os Celtas no ocidente, eslavos no norte, os povos de língua latina no sul e os ilírios no sudeste. 


A Idade do Ferro é dividida em duas civilizações distintas, sendo que a primeira delas é a cultura Hallstatt (nome que provêm dos túmulos da cidade austríaca homônima). Esta fase inicial da Idade do Ferro, que vai de 800 a.C. a 450 a.C., foi caracterizada pela confecção de armas de bronze e grande armas de ferro. Acredita-se que os celtas foram o primeiro povo da Europa a efetivamente usar e trabalhar o ferro. Foi neste período que após diversas excursões, os celtas concluíram a ocupação das Ilhas britânicas. 
Triskle de Newgrange

 


No século VI a.C. ainda, portanto, no período hallstattiano, os celtas atingiram a península Ibérica, onde formaram o povo celtibero. A segunda fase da Idade do Ferro, chamada La Tène em alusão a uma cidade no norte suíço, marcou o afloramento da cultura e da expansão celta.



 

  Arte e Arquitectura Celta

A arte tinha duas funções principais: Religiosa e Bélica.Os restos arqueológicos celtas indicam que este povo viveu na zona ocupada atualmente pela França e o oeste da Alemanha no final da Idade do Bronze, por volta de 1200 a.C. Este capacete de bronze (acima no centro) provavelmente pertenceu a um guerreiro celta de alta graduação. Os chifres ocos eram feitos com lâminas de bronze reforçadas; o capacete era utilizado nos desfiles e não nas batalhas. A bainha (o terceiro objeto à esquerda), feita também com lâminas de bronze reforçadas, era revestida de casca de bétula.

Na religião ela estava presente em pinturas e esculturas usadas para espantar maus espíritos ou para reverenciar a Natureza e seus deuses. Normalmente eram os umbrais das casas que ostentavam os objetos artísticos. Já na guerra, arte estava na decoração de espadas, escudos, capacetes, etc.

A maior parte da arte celta é decorada com projetos abstratos. A forma ondulada gravada neste pote encontrado no Castelo Maiden, um grande forte celta em Dorset, é um claro exemplo desta prática.

Arte celta foi influenciada pelos povos circunvizinhos, como os gregos, etruscos, persas e até os romanos. Nem por isso a arte celta deixou de ter um espaço especial na história da arte, já que é considerada, atualmente, a primeira contribuição não-mediterrânea à arte Européia. Até mesmo os temas emprestados da arte Greco-Romana sofriam “releituras”. Arte céltica foi importante na medida em que desenvolveu um estilo todo próprio, que muitas vezes opunha-se ao classicismo de Roma e da Grécia. Em outras palavras os celtas anteciparam em vários séculos as correntes artísticas que propunham inovar a arte tida como oficial. 

A arte celta é dividida em dois períodos (assim como a história da própria civilização): Hallstat e La Tène. O desabrocho artístico ocorreu no período lateniano, onde o estilo celta se espalhou e se integrou com as expressões artísticas da época.


Como já foi dito, a arte celta inovou as artes. Isso se deve a um estilo extremamente peculiar. 

Tinha-se grande preferência por temas ligados a natureza: árvores, flores, animais e seres sobrenaturais zoómorfos. Tais temas eram mais comuns que figuras humanas, no entanto, estas também existiam.

 

O “estilo celta” preferia os compassos, que destorciam e compunham figuras recheadas de espirais, elipses e outras formas curvilíneas entrelaçadas e, por vezes, organizadas de modo concêntrico, a formar representações quase abstratas.

Os celtas sempre estiveram muito ligados à religião, e assim como quase toda as expressões de sua cultura, a música também estava intimamente relacionada a temas de cunho religioso. Tanto que os músicos eram – em sua maioria – ligados a classe sacerdotal dos Druidas. 


A música ou, mais precisamente, o tocar dos instrumentos era considerado uma manifestação do mundo dos espíritos. Sendo assim, o músico era um ser privilegiado, pois suas faculdades lhe permitiam captar pequenas manifestações do Outro Mundo, e desta forma, ele traduzia aquilo que absorveu para a música. 

Exatamente por este motivo, é comum a temática musical celta estar ligada aquilo que eles mais respeitavam: a Natureza. Um bosque, a brisa, a alvorada, o outono – ou qualquer outra estação – enfim, cada pequeno movimento da Natureza carrega um som, e era função do músico senti-lo e traduzi-lo em música. 

Com o advento da cristandade no mundo céltico, toda esta conotação entre religião e música, de certa forma, se perdeu. No entanto, os “motivos ligados a Natureza” mantiveram-se vivos, e até hoje estão presentes no trabalho de cantores e instrumentistas contemporâneos. 

 

Os instrumentos celtas são todos bem característicos, isso porque a música folclórica irlandesa conservou fortes traços da música celta. E através desta herança rica e ímpar, a Irlanda lega ao mundo esplendorosas sonoridades, todas com um estilo único e incomparável.

 A vasilha de prata conhecida como o caldeirão Gundestrup constitui um dos mais enigmáticos vestígios do mundo celta. Decorado em alto-relevo, apresenta cenas que oferecem uma visão dos mitos e da religião celta, embora seu significado preciso permaneça oculto. As figuras representadas eram originariamente revestidas com folhas de ouro e tinham olhos de cristal azul e vermelho.

 Pois bem, mais um exercício mental. Pense na Irlanda, pense na música irlandesa. Que instrumentos lhe vêm a mente? Acho que muitos responderão a harpa ou a flauta. Agora, pense na música escocesa. Qual o primeiro instrumento que você imagina um escocês tocando? A maioria, certamente, dirá a Gaita de Foles. 


As características da musicalidade celta foram absorvidas pela cultura mundial, portanto, a grande maioria das pessoas tem, ainda que vaga, uma idéia sobre o que foi – ou melhor – o que é a música e os instrumentos que estavam presentes no folclore ancestral. 

Além da flauta, harpa e gaita de foles, que já foram citados, ainda resta um importante instrumento – de percussão – chamado Bodhran. Feita as devidas apresentações, vamos conhecer um pouco mais sobre estes instrumentos. 

Flauta – A flauta é um instrumento que ao longo da história conheceu inúmeras variações, inclusive uma das variações é conhecida como flauta celta ou Feadan. Este tipo de flauta, pertence à classe das flautas de bico (em oposição às flautas transversais). 

Em composições musicais provenientes ou inspiradas no folclore celta é fácil perceber a importância da flauta, sendo um instrumento que proporciona identidade à música por meio de um ritmo encontrado somente neste estilo de composição musical. 

Harpa – A presença da harpa na cultura celta é inegável, tanto que a Irlanda fez deste instrumento um de seus símbolos nacionais. 

Este instrumento de cordas é bastante antigo, surgiu na África por volta do ano 2000 a.C., no entanto, o modelo mais conhecido – chamado modelo triangular – surgiu no século IX na Europa. Com o passar dos anos surgiram duas variações deste mesmo modelo, e uma delas ficou conhecida como harpa irlandesa ou celta. Este tipo particular de harpa, cujo nome em gaélico é Clasrsach, difere-se pela sua coluna curva e seus sete ditals ou alavancas que são pressionadas com os dedos para mudar a afinação das cordas. 

Na sociedade celta, os harpistas eram considerados pessoas privilegiadas por ter o dom de tocar este instrumento. 

Gaita de Foles – A origem deste instrumento é discutível. Crê-se que se surgiu na Ásia e os romanos a levaram para a Escócia, onde criou raízes e tornou-se um símbolo nacional. 

Neste instrumento de sopro, o ar é retido em uma bolsa – chamada odre – e, posteriormente, ele é dirigido aos tubos de saída providos de palhetas. 

Bodhran – O bodhran é um instrumento bastante peculiar na música celta. É uma espécie de tambor, onde o couro de algum animal é esticado sobre um arco de madeira. Tradicionalmente, a matéria-prima do arco é o tronco de freixo (árvore de madeira amarelada e dura, comum na Europa) e o revestimento é feito com pele curtida de cabra, cervo ou bezerro.

 Este instrumento, conhecido também como tambor irlandês, pode ser tocado com as mãos ou baquetas.

 

  Apogeu da Civilização Celta

A cultura La Tène marcou o apogeu do povo celta. O chamado período Lateniano durou de 450 a.C., com o fim da cultura Hallstatt, até o século I d.C., quando Roma conquistou a Bretanha. 



A arte celta nesta época viveu seu “Período de Ouro”, ao mesmo tempo em que se deu inicio a uma grande expansão territorial, mobilizada pelocrescimento demográfico e pela pressão de outros povos vizinhos. Os ataques ao mundo Greco-Romano, neste período, foram freqüentes: em 390 a.C. Roma é saqueada pelos celtas e, em 272 a.C., o mesmo acontece com o santuário de Apolo na cidade grega de Delfos. 

O povo celta que provinha do sudeste alemão, no século IV a.C. já ocupavam toda a planície do Pó, e no século seguinte invadiram a região helênica e acabaram por atingir, em 276 a.C., a Ásia Menor onde se estabeleceram como os conhecidos gálatas das Epístolas de São Paulo. Desta forma, no início do primeiro século antes de Cristo o território celta se estendia da Espanha à Ásia Menor, das ilhas britânicas à planície do Pó. 




É impressionante como tão grande território em nenhum momento constitui um Império com uma política consistente. Durante todo este período, o que uniu os celtas não foi um rei, ou qualquer outro laço de natureza política. A arte, a língua e a religião foram os únicos promotores de unidade. 

No mesmo momento em que se vivia a grande expansão, começava, por assim dizer, o crepúsculo do povo celta, motivada essencialmente pela carência de uma organização entre a diversas tribos.

 

  Civilização Celta 

Existe uma pergunta que todo historiador ou estudante de história faz: Como um povo tão importante e interessante como os Celtas são geralmente esquecidos ? 

Pela inexistência de dados e documentos originais, grande parte da história dos celtas é hipotética. Sabe-se, hoje, que se estendeu por 19 séculos, desde 1800 a.C. — quando, culturalmente, os celtas se individualizaram entre os demais povos indo-europ
eus — até o século I d.C, época da decadência motivada pela desunião entre suas várias tribos e a invasão romana às terras que ocupavam. 


O período mais bri
lhante da história celta transcorre, aproximadamente, entre 725 e 480 a.C., na Era de Hallstatt, início da civilização céltica do ferro e, também, da invasão à Europa. Os celtas se instalaram em uma imensa região das atuais repúblicas Tcheca, Eslovaca, Áustria, sul da Alemanha, leste da França e da Espanha, alcançando a Grã-Bretanha. Nesta fase se consolidaram os traços particulares da civilização céltica. 


Os Celtas foram o primeiro povo civilizado da Europa. Chegaram neste continente junto com a primeira onda de colonização ainda em 4.000 AC. 
Destacaram-se dos outros povos que chegaram na mesma época porque acreditavam em uma terra prometida e iam em busca dela. Em 1800 AC já tinham a sua cultura e o território totalmente estabelecidos, isso enquanto os gregos e os romanos nem sonhavam em nascer ( e há quem diga que eles são colônias celtas ). 



Ocupavam a região da Alemanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, França e Inglaterra. Não eram lá muito calmos e pacíficos, para se ter uma idéia do como eram guerreiros, para um menino ser considerado homem tinha de passar por um prova que consistia em sair da cidade onde morava, sais da sua região, e trazer a cabeça de qualquer pessoa que não fosse Celta. Somente com a cabeça na mão é que se fazia uma tatuagem em seu corpo que dizia que ele agora era homem adulto. ... Por sinal em termos de rituais celtas tem outro muito, mas muito mais interessantes, clique aqui para saber mais. 

Chegaram a desenvolver uma escrita, ela é tão complexa que hoje são poucos os que se atrevem a desvendá-la. A escrita era considerada mágica, e somente os seus sacerdotes é que a aprendiam, estes eram os famosos druídas. Inventaram lendas belíssimas, que estão entre as mais famosas dos dias de hoje, como por exemplo as história do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda, Tristão e Isolda, além de terem inventado quase todos os contos de fada ( que foram se modificando com o tempo ) 

Sem dúvida eram um povo com muita ciência unida a muita mística. Têm relatos praticamente inexplicáveis, como o de uma operação de transplante de coração, realizado em 1000 a.C., e o de Navios voadores que soltavam fumaça enquanto desciam e pousavam no meio dos campos da Inglaterra. Utilizaram com muita perfeição o monumento de Stonehenge , o qual dizem que não construíram ... outro mistério entre os tantos que o cercam. 

Tinham um estrutura de família bem peculiar, se consideravam animais acreditavam em uma infinidade de deuses e demônios, por sinal, vocês sabiam que os simpáticos duendezinhos com seus potes de ouro são invenção dos Celtas, só que nesta história eles não são nada engraçados, são terrivelmente malvados e sarcásticos. 

E numa cultura com tantas lendas, tantos seres malvados, tinham também grandes heróis ... e se espantem, o maior destes heróis era uma mulher, e o seu maior ato heróico era o poder gerar vários filhospor ano, 7 a 8, durante todos os anos. E com heróis querendo vencer demônios, tinham artefatos sagrados muito interessantes, são 4 os que influenciaram praticamente todo o nosso imaginário.