Castelos de Portugal e do Mundo
Castelos de Portugal e do Mundo
Um castelo (diminutivo de castro) é uma estrutura arquitectónica de fortificação, com funções defensiva e residencial. De tipo permanente, era geralmente erguido em posição dominante no terreno, próximo a vias de comunicação (terrestres, fluviais ou marítimas), o que facilitava o registo visual das forças inimigas e as comunicações a grandes distâncias. Chama-se castelete a um castelo pequeno e diz-seacastelado um edifício com aspecto de castelo Embora sejam popularmente associados à Idade Média europeia, estruturas com funções semelhantes vêm sendo empregadas desde a Idade da Pedra por todo o planeta. Como exemplos mais recentes temos os castelos do Japãoe as fortificações dos Incas. As origens mais remotas de castelos no continente europeu são os castros proto-históricos, que à época da expansão romana evoluíram para um reduto ("castellum"), dominado por uma torre de vigilância, cercado por um fosso ("fossa") e por uma muralha ("vallum"). |
O Castelo da Feira, também referido como Castelo de Santa Maria da Feira e Castelo de Santa Maria, localiza-se na freguesia e cidade da Feira, concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, em Portugal. Outrora cabeça da Terra de Santa Maria, ex librisda Feira, é considerado como um dos exemplos mais completos da arquitetura militar medieval no país, uma vez que nele se encontra representada a vasta gama de elementos defensivos empregados no período.
Embora a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à pré-história, adquiriu maior relevância quando os Lusitanos aqui ergueram um temploem honra da divindade Bandeve-Lugo Tueræus. Após a Invasão romana da Península Ibérica, por aqui passava a estrada que unia Olissipo(Lisboa) a Bracara Augusta (Braga), conforme os testemunhos arqueológicos que remetem esta ocupação ao período do Baixo Império. À época da Reconquista cristã da península Ibérica, este centro religioso pagão veio a ser transformado em um centro Mariano, desenvolvendo-se aqui uma feira regional, cuja elevada expressão daria nome ao local: Feira de Santa Maria. A primeira referência documental à sua fortificação consta no manuscrito "Chronica Gothorum" (anônimo, fins do século XII), que noticia a vitória de Bermudo III de Leão (1028-1037) sobre um chefe Mouro em terras doCastelo de Santa Maria (1045). Datará deste período a construção da parte inferior da Torre de Menagem com funções de alcáçova, protegida por uma cerca amuralhada, da qual restam apenas os vestígios. O castelo medievalQuando D. Henrique (1095-1112) recebeu as terras do Condado Portucalense (1095), estas incluíam os domínios não apenas deste Castelo de Santa Maria, mas também o Castelo de Guimarães, o Castelo de Faria e o Castelo de Neiva. Com o falecimento do Conde, diante da ascendência do galego Fernão Peres de Travasobre a viúva, D. Teresa de Leão, os senhores ao sul do rio Minho, insatisfeitos, organizaram-se em torno do jovem D. Afonso Henriques, que, nesse ínterim, se armou cavaleiro (1125). Parte expressiva desta articulação política terá tido lugar nas terras e Castelo de Santa Maria, sob o domínio do nobre Ermígio Moniz, culminando na batalha de São Mamede(Guimarães, 1128), razão pela qual se afirma ser este monumento o verdadeiro berço da independência de Portugal. As terras de Santa Maria compreendiam, à época, um extenso domínio que se estendia, em grandes linhas, do curso do rio Douro até ao sul de Ovar e deOliveira de Azeméis, e da orla marítima até ao curso do rio Arda. No testamento de Sancho I de Portugal (1185-1211), redigido em 1188, este foi o principal dos cinco castelos eleitos pelo soberano para eventual refúgio da rainha, quando viúva, e das infantas. Em 1282, Dinis I de Portugal (1279-1325) incluiu-o entre os doze castelos assegurados como arras a sua consorte, a Rainha Santa Isabel. Mais tarde, ainda neste período, foi tomado pelas forças do infante D. Afonso, em luta contra o soberano, seu pai. Quando celebrada a paz entre ambos, por iniciativa da Rainha Santa (1322), o domínio deste castelo (entre outros) foi outorgado a D. Afonso, mediante o compromisso de menagem prestado por este último ao pai. Posteriormente, em 1357, era seu alcaide o nobre Gonçalo Garcia de Figueiredo. Fernando I de Portugal (1367-1383) fez a doação das Terras de Santa Maria e seu castelo a D. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos (10 de Setembro de 1372), que instituiu como alcaide do castelo a D. Martim Correia. Caracteristicas O conjunto apresenta planta oval irregular, orientada no sentido norte-sul, em estilo gótico, tendo incorporado elementos de outros estilos ao longo dos séculos. Com muralhas em alvenaria e cantaria de pedra, do período inicial, a Torre de Menagem domina a alcáçova; do final do século XV, datam as adaptações às demandas da pirobalística. Em seu interior, na ampla praça de armas, encontram-se ainda os vestígios do antigo palácio seiscentista. A porta da barbacã, coroada pelo brasão dos Pereiras é protegida por duas torres quadrangulares adossadas: a sudoeste, a Torre da Casamata, atrás da qual se encontra um recinto quadrangular e abobadado onde se alojavam os soldados e que servia como bateria com troneiras nos muros exteriores; no lado oposto a Torre do Poço, protegendo a nascente. Pela porta da barbacã acedem-se, sucessivamente, a porta da Vila e a praça de armas, na qual se localiza a Torre de Menagem. Esta torre-alcáçova, ergue-se em três pavimentos: no inferior, a cisterna; no segundo o salão nobre, destacando-se três lareiras, um fogão e quatro janelas, três delas com conversadeiras; no terceiro a área residencial íntima. A seguir à Torre de Menagem, rematada com coruchéus cónicos, o visitante encontra a tenalha, precedida pelo chamado pátio da traição (onde se abre a respectiva porta). Em lado oposto à tenalha, adossada à muralha da cerca erguem-se a capela, de planta hexagonal, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, e a Casa da Capelania, em estilo barroco.
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O Forte da Barra de Aveiro, também denominado como Forte Pombalino, Forte Novo ou Castelo da Gafanha, localiza-se numa ilha adjacente à Ilha da Mó do Meio, freguesia da Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, distrito de Aveiro, em Portugal. HistóriaA região das Gafanhas começou a ser habitada no século XVI ou XVII. Um farol e um pequeno forte envolvente foram construídos junto à foz do rio Vouga, integrando um esforço para facilitar a navegação naquela barra, que envolveu dragagens, remodelação da linha de costa e o aumento de um banco de areia adjacente, conhecido desde então como Triângulo de Concentração de Correntes.
O forte nunca teve funções militares importantes, pois o assoreamento que progredia na foz do Vouga desde o século XV fez avançar mais a linha da costa, com interrupções intermitentes do acesso ao mar. A situação veio a conhecer o seu estado presente com a abertura da Barra de Aveiro (fim do século XIX) que separou São Jacinto da Barra Nova, a construção do Farol de Aveiro e de dois molhes de mar que guardam a actual foz da Ria de Aveiro. O forte alcançou o século XX inútil para a sua função defensiva. Passou, por essa razão, a ser administrado pela Junta do Porto de Aveiro, depois Junta Autónoma do Porto de Aveiro e, mais recentemente, Administração do Porto de Aveiro. O forte encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei nº 735 de 21 de dezembro de 1974. Nas últimas décadas o piso térreo da fortificação foi usado como depósito de materiais e o farol continua a desempenhar funções de sinalização na navegação interna. CaracterísticasO forte foi construído com linhas defensivas e baluartes angulados típicos da sua época. Os seus remanescentes são descritos como:
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O Castelo da D. Chica, também referido comoCastelo de Palmeira, Casa da Chica ouPalácio de D. Chica, localiza-se na freguesia de Palmeira, concelho de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal. Trata-se de um edifício apalaçado, de características ecléticas sobre um estilo romântico, projetado pelo Arquiteto suíço Ernesto Korrodi. A sua construção iniciou-se em 1915, por iniciativa de Francisca Peixoto de Sousa, nascida no Brasil, que mandou vir do seu país muitas das espécies arbóreas actualmente existentes na mata envolvente. Ao longo de sua história mudou várias vezes de proprietário, arrastando-se as obras por décadas, só sendo concluídas em 1991. Foi homologado como Imóvel de Interesse Públicopor Despacho de 20 de Fevereiro de 1985. Atualmente o imóvel encontra-se num estado de abandono e degradação, no centro de uma disputa judicial quanto à sua posse, envolvendo várias entidades. O edifício é constituído por quatro pavimentos. Desenvolve-se num jogo de volumes muito acentuado e caracteriza-se por uma ampla diversidade de materiais e linguagens, misturando referências populares e eruditas, num ecletismo extravagante onde se misturam o estilo neogótico, o neoárabe e o "rústico". Isolados, os volumes têm uma imagem própria e estabelecem ligações através de algumas pontes (materiais e elementos decorativos). A análise dos pormenores construtivos evidencia a importância dada à imagem, em detrimento de um método de construção. As janelas são indiferentemente de madeira ou de ferro, ou mesmo executadas com os dois materiais, sendo difícil saber se obedecem a um projecto de execução da obra ou se, definida inicialmente a imagem pelo arquitecto Korrodi, a solução construtiva ficaria a cargo dos diferentes artistas / artesãos que as executaram. O ferro é empregado ainda no gradeamento, no coroamento da cobertura e no catavento. A repetição da "folha de hera" como elemento decorativo, simultaneamente no desenho dos gradeamentos de ferro e em algumas molduras de mármore, convive com a aplicação de diferentes motivos florais, nos capitéis das diferentes colunatas e com as rosáceas geometrizadas, nos fechos dos arcos ogivais.
As telhas estão "assinadas" pelo projectista. Coloridas de verde pretendem a integração na paisagem que o restante do edifício recusa. A mata envolvente caracteriza-se por vegetação exótica (amendoeira brasileira, pau-santo, pinheirobrasileiro, palmeira, eucaliptos, japoneiras e outras) e muitas variedades nacionais (carvalho, plátanos,cedros, pinheiro bravo, castanheiros, salgueiros, mimosas, sobreiros e outros), com percursos sinuosos. O conjunto do lago, com uma gruta com falsas estalactites, destaca-se, traduzindo uma visão romântica, que pretendeu imitar o período medieval, reproduzindo a natureza, preferindo o "bosque" ao geometrizado jardim barroco.
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O Castelo de Arnoia, também conhecido comoCastelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, ergue-se na povoação e freguesia de Arnoia, concelho de Celorico de Basto, distrito de Braga, em Portugal. Ergue-se sobre um maciço de pedra, em posição dominante sobre a povoação que outrora foi a sede do Concelho com Casa da Câmara, Pelourinho e Cadeia.
A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnoia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro. No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnoia,Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação. Com a morte do rei Afonso III de Portugal (1210-1279), tendo rendido preito de homenagem a D. Beatriz(rainha viúva e testamenteira do falecido), o alcaide deste castelo, Martim Vasques da Cunha, após o afastamento da senhora para o reino de Castela por desentendimentos havidos com Dinis I de Portugal(1279-1325), teve dificuldades com o novo soberano, que se recusou a desobrigá-lo do seu compromisso de honra. Segundo reza a tradição, tendo consultado diversas cortes européias sobre como proceder honrosamente nesse impasse, fez sair a guarnição e gentes do castelo, trancando-se no seu interior. Tendo lançado fogo a uma das habitações no seu interior, "salvou-se" descendo-se por um cesto suspenso por uma corda amarrada em uma das ameias. Desse modo, exonerou-se da função sem ferir o compromisso de honra assumido. Verdadeira a narrativa ou não, é fato que, em 1282, D. Dinis arrendou os domínios de Celorico de Basto a Martim Joanes, pelo montante de 210 morabitinos, com a obrigação de que o arrendatário contratasse um cavaleiro para as funções de alcaide deste castelo. Os domínios e o castelo foram arrendadas pelo mesmo soberano em 1284 aos moradores de Celorico de Basto. No alvorecer do século XV, João I de Portugal (1385-1433) doou o senhorio de Celorico de Basto e seu castelo a Gil Vasques da Cunha (1402), o que denota a importância e tradição dessa família na região. No século seguinte, Manuel I de Portugal (1495-1521) concedeu foral a Celorico de Basto (29 de Marçode 1520), estabelecendo a sede do Concelho em Arnoia, lugar do castelo. No contexto da Dinastia Filipina, no século XVII, a alcaidaria era exercida pela família dos Castros. Castelo de reduzidas proporções, apresenta planta poligonal irregular orgânica (adaptada à conformação do terreno). Para a sua construção foram procedidos trabalhos de desaterro, visando dificultar-lhe o acesso. As muralhas, em cantaria de granito, são percorridas por um adarve e reforçadas a Norte por um sólido cubelo. No setor Sul, rasga-se o portão de entrada com portal de verga reta, precedido por uma escadaria de acesso e defendido pela Torre de Menagem, de planta quadrangular. A porta desta, voltada para a Praça de Armas, abre-se a cerca de três metros do solo. É acedida por uma escada externa, construída na década de 1970. O interior divide-se em três pavimentos (o inferior como cave e os dois superiores assoalhados) e o acesso ao telhado de quatro águas é feito, por sua vez, através de uma escada interna. O topo da torre é rematado por merlões. Ao centro da praça de armas, delimitada pelas muralhas, abre-se a cisterna do castelo. No exterior, na encosta a Norte, localiza-se a antiga forca, inscrita em um trecho de mata de pinheiros e de carvalhos. Tanto esta, como o Pelourinho, foram restaurados na década de 1960.
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O Castelo de Braga localizava-se na freguesia de São João do Souto, cidade e concelho de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal. Cidade com mais de dois mil anos de história, importante centro administrativo - civil e religioso -, as suas defesas, atravessaram diversas fases construtivas. O astrónomo e geógrafo grego Claudius Ptolemeu(c. 85 – c. 165), em meados do século II, referiu na sua obra - Geografia (8 v.) -, que a cidade de Bracara Augusta era anterior à Invasão romana da Península Ibérica. A recente pesquisa arqueológica, conduzida pela Universidade do Minho, identificou uma cerca defensiva com planta poligonal, reforçada por torreões de planta semi-circular, que remonta ao século III. À época das invasões bárbaras, por sua importância e tradição, a cidade foi escolhida como capital do reino dos Suevos, acreditando-se que tenha diminuído de importância quando da sua conquista pelos Visigodos e de seu saque pelos Muçulmanos, e mesmo mais tarde, quando conquistada pelas forças cristãs do reino de Leão. Embora não existam informações seguras sobre a evolução de suas defesas nestes períodos conturbados, sabe-se que, a partir do século XI, uma segunda cerca estava em construção, a Sul e a Oeste, complementando o troço Norte da antiga muralha romana. Sabe-se ainda que em 1145, o arcebispo de Braga, João Peculiar(1139–1175), garantiu aos cavaleiros da Ordem dos Templários uma importante casa na cidade. A partir do século XIII, uma nova fase construtiva se inaugurou, com o abandono do troço norte da muralha romana e um crescimento da urbe em torno da Sé-Catedral. Existem poucas informações acerca desta fase, tão somente as de que, sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), iniciou-se uma nova cerca, complementada por uma torre de menagem. As obras progrediram com lentidão e, no reinado de D. Fernando (1367-1383), a nova cerca se mostrou ineficaz, permitindo a invasão da cidade por tropas de Castela na década de 1370. Durante a crise de 1383-1385, Braga, juntamente com outras cidades do norte de Portugal, manteve-se fiel ao partido de Castela. Entretanto, tendo o novo soberano sido aclamado nas Cortes de Coimbra de 1385, a cidade franqueou-lhe as portas. D. João I (1385-1433) também dispensou cuidados a essa defesa, a partir de quando a cerca foi reforçada com novas torres, de planta quadrangular.
A partir do século XIII a cerca da cidade passou a apresentar planta aproximadamente circular. A combinação entre a pesquisa arqueológica e a documental permite reconstruir o seu traçado em linhas gerais, embora se desconheça a localização precisa das portas (das quais se tem notícia de, ao menos, quatro) e das torres. A partir da chamada Porta Nova, construção setecentista que substituiu uma das suas primitivas portas, corria a nor-nordeste pelo traçado da Rua dos Biscainhos, balizava pelo norte o então chamado Campo da Vinha, e virando a sueste pelo traçado da Rua dos Capelistas ia entestar com a muralha propriamente do castelo, após o que, volvendo sucessivamente a sudoeste, ao sul, a nordeste e de novo ao norte, passava pelo Campo e Torre de São Tiago, Largo das Carvalheiras e Largo de São Miguel-o-Anjo, para concluir na Porta Nova. A leste, a torre de menagem, é o principal remanescente do castelo erguido sob o reinado de D. Dinis. De planta quadrada, em estilo gótico, ergue-se a aproximadamente trinta metros de altura, dividida internamente em três pavimentos. No alto, uma janela geminada e matacães nos vértices. No topo uma coroa de ameias. Na torre e no alçado oeste, as pedras-de-armas de D. Dinis.
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O Castelo de Faria localiza-se na freguesia de Pereira, concelho de Barcelos, distrito de Braga, em Portugal. Um dos mais importantes castelos do Entre Douro e Minho, foi erguido, isolado, no alto de uma elevação na vertente norte do monte da Franqueira, dominando o caminho que ligava Barcelos ao porto de Viana. Atualmente em ruínas, inscreve-se na Região Turística do Alto Minho.
AntecedentesA primitiva ocupação humana deste sítio remonta a c. 3.000 a.C., conforme a moderna pesquisa na estação arqueológica, de quando foram identificados restos cerâmicos e pontas de seta. Uma acrópole estaria formada por volta de 2.000 a.C., quando se identificaram restos cerâmicos e fragmentos de machados de bronze. Esta povoação foi sucedida por um castro, cerca de 700 a.C., conforme as estruturas de pedra identificadas fora do castelo: três linhas de muros e um conjunto de habitações de plantas circulares e quadrangulares com os respectivos arruamentos. Fragmentos cerâmicos e outros vestígios remetem a contatos comerciais com povos do Mediterrâneo entre o século V e o século IV a.C.. Outros vestígios apontam a ocupação Romana entre o século I e o VI. Não foram encontradas referências explícitas à ocupação Muçulmana. O castelo medievalA pesquisa arqueológica indica que o primeiro traçado do castelo remonta aos séculos IX a X, no contexto da Reconquista cristã da península Ibérica. A primeira referência documental ao castelo, menciona que era seu senhor (tenens) Soeiro Mendes da Maia (1099), importante nome da nobrezafundiária do Condado Portucalense. Outra fonte documental indica que D. Afonso Henriques (1112-1185) aí esteve em Janeiro de 1128. Cabeça da chamada Terra de Faria, ao longo do século XII o castelo teve como alcaides nomes importantes como os de Ermígio Riba Douro, Mem de Riba Vizela e Garcia de Sousa. Teria sido objeto de trabalhos de ampliação e reforço durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), conforme os vestígios de uma torre identificados pela pesquisa arqueológica no século XX. A mesma pesquisa identificou também os restos de uma torre que corresponde a um período posterior, à época de D. Fernando (1367-1383). De acordo com a lenda, o castelo resistiu ao assalto por forças de Castela no início de 1373. A partir do século XV, com a ascensão ao trono da dinastia de Avis, o castelo perdeu as suas funções defensiva e administrativa para Barcelos, sendo progressivamente abandonado até se arruinar. Parte das suas pedras foi utilizada para a construção do vizinho Convento da Franqueira, erguido no sopé do monte.
CaracterísticasO castelo, edificado no estilo românico, apresenta a torre de menagem isolada ao centro da praça de armas, delimitada pela cerca interior, medieval. O adarve é de construção posterior. A lenda do alcaide de FariaDurante o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1383), quando da segunda guerra com Castela, a fronteira norte de Portugal foi invadida. As forças do soberano de Castela avançavam por Viseu rumo a Santarém e Lisboa, quando uma segunda coluna, vindo da Galiza penetrou pelo Minho. Saíram-lhe ao encontro forças portuguesas oriundas do Porto e de Barcelos, entre as quais se incluía um destacamento sob o comando de Nuno Gonçalves de Faria, alcaide do Castelo de Faria. Travando-se o encontro na altura de Barcelos, caíram as forças portuguesas, sendo capturado o alcaide de Faria. Com receio de que a liberdade de sua pessoa fosse utilizada como moeda de troca pela posse do castelo, guarnecido pelo seu filho, concebeu um estratagema. Convencendo o comandante de Castela a levá-lo diante dos muros do castelo, a pretexto de convencer o filho à rendição, utilizou a oportunidade assim obtida para exortar o jovem à resistência, sob pena de maldição. Morto pelos espanhóis diante do filho, pelo acto corajoso, o castelo resistiu invicto ao assalto. Vitorioso, o filho, tomou o hábito, vindo o castelo a ser sucedido por um mosteiro. O episódio foi originalmente narrado por Fernão Lopes e imortalizado por Alexandre Herculano na obra "Lendas e Narrativas". |
Bodiam Castle, Inglaterra
Bodiam Castle é completamente rodeado por um fosso alimentado por um manancial de água, com acesso pelo Norte e pelo Sul. O castelo em si tem uma forma rectangular, sendo mais longo na direcção Norte-Sul. Possui grandes torres redondas em cada um dos quatro cantos e uma torre quadrada defendendo o centro de cada lado. O poço do castelo fica localizado numa das torres dos cantos e a capela numa outra. |
Lichtenstein Castle, Alemanha
Lichtenstein Castle está situado sobre uma falésia localizada perto de Honau em Swabian Alb, Baden-Württemberg, Alemanha. Seu nome auto-descritivo em Inglês significa “pedra de luz.” O castelo contém uma grande coleção de armas e armaduras históricas. |
De Haar Castle, Holanda
De Haar Castle fica perto de Haarzuilens, na província de Utrecht, Holanda. O interior do castelo é decorado com talha ricamente ornamentada, que lembra o interior de uma igreja católica romana. |
Castelo de Folgosinho
O Castelo de Folgosinho, na Beira Alta, localiza-se na vila e freguesia de Folgosinho, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, em Portugal. Na vertente norte da serra da Estrela, o castelo é o ex libris da povoação, cuja fundação é atribuída ao lendário Viriato, que aqui teria nascido. Juntamente com o de Linhares e com o de Celorico, o castelo de Folgosinho compunha um triângulo defensivo do vale do rio Mondego. A primitiva ocupação humana dos sítios do castelo e da povoação remonta a dois castros pré-romanos. Não foram localizadas informações sobre possíveis ocupações subsequentes. À época da Reconquista cristã da península Ibérica, o rei D. Sancho I (1185-1211) outorgou-lhe carta de foral em 1187, tendo em vista, a sua posição estratégica e a necessidade de povoamento e defesa da região. O seu sucessor, D. Afonso II (1211-1223), confirmou-lhe o foral (1217). Alguns autores referem que D. Dinis (1279-1325) repetiu o ato. No século XVI, D. Manuel I (1495-1521) concedeu-lhe Foral Novo (1512). Nesse período, s endo a vila e seu termo, por força de seus forais, consideradas como Terra de El - Rei, tiveram como donatários, os marqueses de Arronches, os duques de Lafões e os condes de Miranda do Corvo. Constituía-se ainda em Comenda da Ordem de Cristo. Em virtude da reformulação administrativa do reino em 1836, Folgosinho deixou de ser sede de Concelho, em favor de Gouveia. No século XX, o seu castelo foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 25 de Março de 1936] Atualmente bem conservado, constitui-se em atração turística regional.
Erguido em posição dominante na cota de novecentos e trinta e três metros acima do nível do mar, o castelo foi erguido com pedra de quartzo branco-rosado, o que lhe confere uma beleza singular.
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Castelo de Guimarães
O Castelo de Guimarães localiza-se na freguesia de Oliveira do Castelo, cidade e concelho de Guimarães, no distrito de Braga, em Portugal. Em posição dominante, sobranceiro ao Campo de São Mamede, este monumento encontra-se ligado à fundação do Condado Portucalense e às lutas da independência de Portugal, sendo designado popularmente como berço da nacionalidade. Classificado como Monumento Nacional, em 2007 foi eleito informalmente como uma das Sete maravilhas de Portugal. No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, os domínios de Vimaranes foram outorgados, em fins do século IX, a um cavaleiro de suposta origem castelhana, de nome Diogo Fernandes, que nelas veio a se estabelecer. Uma de suas filhas, de nome Mumadona Dias, desposou o poderoso conde Hermenegildo Gonçalves, vindo a governar, desde meados do século X até ao terceiro quartel do século XI, os domínios de Portucale. Mumadona enviuvou por volta de 928, entrando na posse de vastos domínios, divididos em Julho de 950 com os seus seis filhos. Nesse momento, por inspiração piedosa, fundou, na parte baixa da povoação deVimaranes um mosteiro, ao qual veio a fazer, mais tarde, uma vultosa doação de terras, gado, rendas, objetos de culto e livros religiosos (26 de Janeiro de 959). A povoação de Vimaranes distribuía-se, à época, em dois núcleos: um no topo do então chamadoMonte Largo, e outro, no sopé dessa elevação, onde o mosteiro foi fundado. Era vulnerável à época, além das possíveis incursões de forças Muçulmanas, oriundas da fronteira ao Sul de Coimbra, às incursões de Normandos, oriundos do mar do Norte em embarcações rápidas e ágeis, que assolavam as costas e o curso navegável dos rios à época. Visando a defesa do núcleo monacal, a benfeitora principiou, no topo do Monte Largo, um castelo para o recolhimento das gentes em caso de necessidade. É bem conhecido historiograficamente o trecho da carta de doação desse castelo aos religiosos, lavrada em Dezembro de 958, do qual consta essa decisão. Acredita-se que a estrutura então erguida, sob a invocação de São Mamede, fosse bastante simples, composta por uma torre possívelmente envolta por uma cerca. Pouco mais de um século passado, a povoação de Vimaranes encontrava-se entre os domínios doados pelo rei Afonso VI de Leão e Castela a D. Henrique de Borgonha, que formaram o Condado Portucalense. O conde D. Henrique (1095-1112) e sua esposa, D. Teresa de Leão escolheram esta povoação e o seu castelo como residência. Desse modo, a primitiva construção da época de Mumadona terá sido demolida e, em seu lugar, erguida a imponente estrutura da Torre de Menagem. O perímetro defensivo foi ampliando e reforçando, nele se rasgando a porta principal, a Oeste sobre a vila, e a chamada Porta da Traição, a Leste. Dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques (1112-1185), em 1127, ao assédio das forças do rei Afonso VII de Leão e Castela, evento que levou Egas Moniz a garantir aquele soberano a vassalagem de seu amo, libertando a vila do cerco. No vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre as forças de D. Afonso Henriques e as de D. Teresa (24 de Junho de 1128) que, com a vitória das armas do primeiro, deu origem à nacionalidade portuguesa. Entre o final do século XII e o início do XIII, D. Sancho I (1185-1211) circuitou a parte alta da vila a cavalo, a fim de lhe assinalar um termo, sendo provável que se tivesse iniciado o amuralhamento da vila a partir de então. Em meados do século XIII, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), iniciou-se o traçado definitivo da cerca da vila, unificando a vila do Castelo (parte alta) à vila de Santa Maria (parte baixa). Estas obras estariam concluídas ao tempo de D. Dinis (1279-1325), em data anterior a 1322, quando a vila, cujo alcaide era Mem Rodrigues de Vasconcelos, suportou vitoriosa o assédio das tropas do infante D. Afonso. Em seu interior, entretanto, manteve-se o antigo muro da parte alta, demolido por volta de 1420. Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), foram procedidas obras de reforço na cerca da vila, assediada neste período pelas tropas de Henrique II de Castela, que invadindo Portugal pelo Minho, já haviam conquistado Braga. Era seu alcaide, à época, Gonçalo Pais de Meira (1369). Quando da crise de 1383-1385, tendo o seu alcaide, Aires Gomes da Silva, mantido o partido de Castela, a vila foi novamente cercada (Junho de 1385), agora pelas forças leais a D. João I (1385-1433), que a conquistaram. Este soberano unificou a jurisdição das duas comunidades (alta e baixa), incorporando-as a um único concelho, doravante denominado como Guimarães (1389). A cerca de Guimarães compreendia, neste período, um perímetro de cerca de dois quilômetros, sendo reforçada por oito torres e rasgada por oito portas. O castelo apresenta planta no formato aproximado de um escudo facetado. As suas muralhas, reforçadas por quatro torres, são rasgadas por portas. Um adarve, acedido por escadas nas torres, percorre a parte superior das muralhas, coroadas por ameias pentagonais, de recorte pontiagudo. Na face oeste, uma ponte de madeira estabelece a ligação entre o adarve das muralhas e a porta da torre de menagem. No troço norte das muralhas são visíveis as ruínas da antiga alcáçova, provavelmente do século XIV, que se divide em dois pavimentos, destacando-se as suas janelas exteriores e duas chaminés. O portão principal, a oeste, é defendido por dois torrões, estando outros dois a defender a porta da traição, a leste. A Torre de Menagem, ao centro da praça de armas, apresenta planta quadrangular, com poucas aberturas assinalando os pavimentos, ligados internamente por escada de madeira e de pedra. Um adarve largo e contínuo permite a circulação e a observação no topo da torre, coroada por ameias pentagonais pontiagudas.
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Castelo de Lanhoso
O Castelo de Lanhoso, também referido comoCastelo de Póvoa de Lanhoso, localiza-se na freguesia de Póvoa de Lanhoso, concelho de mesmo nome, distrito de Braga, em Portugal.
Embora bastante descaracterizado, é um dos mais imponentes castelos portugueses, contabilizando a expressiva marca de 100 mil visitantes entre 1996 e 2006 um destaque no circuito turístico regional. Erguido no topo do Monte do Pilar - o maior monólito granítico do país -, isolado na divisa dos vales dos rios Ave e Cávado, dentro dos seus muros foi erguido um santuário seiscentista, utilizando a própria pedra das antigas muralhas. A meia encosta, no seu acesso, podem ser apreciados os vestígios de um antigo castro romanizado. A tradição refere que neste castelo se refugiou, por duas vezes, a condessa Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques (1112-1185). A primitiva ocupação humana do sopé do monte onde o castelo se ergue remonta à pré-história, durante o período calcolítico, conforme atestado pela recente pesquisa arqueológica. Após a invasão romana da Península Ibérica, vizinho da estrada que ligava Bracara Augusta (atual Braga), Aquae Flaviae (hoje Chaves) e Astorga pelo sul do rio Cávado, aqui foi erguida uma torre militar. Entre o século X e o século XI, a antiga fortificação romana encontrava-se reduzida aos seus alicerces. O arcebispo D. Pedro (I) de Braga (1071-1091), visando a defesa avançada da sede episcopal de Braga, determinou a construção do castelo, conforme placa epigráfica no silhar, acompanhando os alicerces e o perímetro da primitiva fortificação. Nesta defesa se refugiou Teresa de Leão, viúva do conde D. Henrique (1093-1112) e mãe de D. Afonso Henriques, quando foi atacada pelas forças de sua meia-irmã, D. Urraca, rainha de Leão. Aqui cercada pelas tropas de D. Urraca (1121), D. Teresa conseguiu negociar um acordo - o Tratado de Lanhoso – graças ao qual salvou a chefia do seu condado. Mais tarde, D. Teresa para lá retornou, segundo a tradição, detida por seu próprio filho após a Batalha de São Mamede (1128), o que é contestado pela moderna historiografia, que aponta ter esta senhora verdadeiramente falecido na Galiza (1130). De qualquer modo, datará do final do século XII e o início do século XIII a reforma do castelo, com a construção da torre de menagem. O castelo era então o que se chamava de cabeça de terra, o que traduz a sua importância regional. Nesse contexto, no século XIII, o castelo foi palco de um terrível crime passional: o seu alcaide, D. Rui Gonçalves de Pereira, tetravô do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, que se encontrava fora do castelo, ao se inteirar da infidelidade conjugal de sua esposa, Inês Sanches, enamorada de um frade do mosteiro de Bouro, retornou e, fechando-lhe as portas, ordenou que se incendiasse a alcáçova, provocando com isso a morte da infiel e seu amante, bem como dos serviçais, que implicou como cúmplices por não terem denunciado o fato. Os antigos relatos referem que ninguém escapou com vida do incêndio, sequer os animais domésticos. Posteriormente, em 1264, o alcaide D. Godinho Fafez, bisneto de Fafez Luz, senhor dos domínios de Lanhoso à época de D. Afonso Henriques, nomeou como seu sucessor Mem Curvo. Ao final do século, já sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), este soberano concedeu foral à vila de Póvoa de Lanhoso (25 de Setembro de 1292), renovado sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521) (Foral Novo, 4 de Janeiro de 1514). Na cota máxima de 385 metros acima do nível do mar, o castelo apresenta planta hexagonal irregular, em estilo românico e gótico, rasgando-se nos seus muros a Sul, junto à Torre de Menagem, o portão de entrada, em arco quebrado, flanqueado por dois torreões de planta quadrangular, ameados. A muralha é percorrida por adarve protegido por um parapeito encimado por ameias piramidais, algumas das quais apresentam aberturas com troneiras. Na cota mais elevada do terreno, a Leste, destaca-se a Torre de Menagem, com planta no formato quadrangular, erguida a partir dos primitivos alicerces romanos (três torreões equidistantes). As suas paredes, que se elevam a cerca de dez metros de altura, ultrapassam um metro de espessura. Uma escada de pedra provê a comunicação entre a porta da torre em arco quebrado, rasgada a três metros do solo, e a praça de armas, com uma área quadrangular de aproximadamente 500 metros quadrados, onde se erguiam a moradia do alcaide e demais dependências, inclusive a cisterna. Externamente, o conjunto é defendido por uma barbacã de planta aproximadamente elíptica, na qual se rasga, a norte, o portão de entrada, acedido por uma escadaria entalhada na rocha e flanqueado por um cubelo ameado. Um segundo cubelo ergue-se a leste.
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Forte de S. João baptista de Esposende
O Forte de São João Baptista de Esposendetambém referido como Castelo de São João Baptista e Forte de Esposende, localiza-se na freguesia das Marinhas, cidade e concelho de Esposende, no distrito de Braga, em Portugal.
Forte de marinha, tinha originalmente a função de guarnecer a foz do rio Cávado. Foi edificado entre 1699 e 1704, sob o reinado de Pedro II de Portugal (1667-1706), tendo sofrido posteriormente alguns cortes na sua estrutura. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982.
Junto a este forte ergue-se o Farol de Esposende. O forte originalmente apresentava planta no formato estrelado, com um baluarte em cada vértice, com respectiva guarita de planta hexagonal. Em seu terrapleno erguem-se as edificações de serviço. |
Torre de Aborim
A Torre de Aborim localiza-se na freguesia de Aborim, concelho de Barcelos, distrito de Braga, em Portugal.
Em tempos medievais eram duas torres pertencentes à família dos Barbosa, da nobreza.
No último quartel do século XIX, com a construção da Linha do Minho, uma das torres da primitiva edificação senhorial foi demolida por decisão do engenheiro francês responsável pela implementação do caminho de ferro, desvalorizando-o e, vindo posteriormente a adquirir o remanescente do paço por preço inferior e remodelando-o, conferindo-lhe aspecto romântico de estilo medieval.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1978.1
Em nossos dias sofreu diversas mutilações, inclusive tendo se registado o furto do brasão de armas da família Barbosa.
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